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Surf
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História do
Coronel Parreiras, da São Conrado Surfboards, foi o primeiro grande fabricante de pranchas. Ele começou a importar poliuretano de Gordon Clark e contratou os primeiros shapers e laminadores brasileiros, como Ciro, Mario Bração, Carlos Mudinho, Wanderbill um dos melhores shapers do mundo e que Deus o guarde nas alturas - e o Murilão (pioneiro da laminação com fibra de vidro).

Logo depois, Ciro e Tito Rosemberg pioneiro antológico e o primeiro surfista brasileiro a pegar estrada surfando pelo mundo - também abriram suas fábricas. Em São Paulo ouviu falar de Homero produzindo pranchas. Era o primórdio da indústria do surf.

No final dos anos 60 surgiram muitas inovações nos desenhos, com a influência dos modelos criados por David Nuuhiwa, Gary Proper, Donald Takayama, Nat Young e Dick Brewer. As pranchas diminuiram de 12' para 9', com bicos bem largos para os longos passeios em hang-tem, mais leves e bordas mais próximas das atuais. Foi o último estágio no design dos longboards antes de chegarem as revolucionárias mini-models.

Agora, vinte anos depois, os longboards voltaram gloriosamente para continuar sua evolução, isto é, incorporando novos conceitos de curvas, bordas, canaletas, concaves, peso e todas as maravilhas do avanço tecnológico, possibilitando fusões de manobras clássicas e modernas.

Anos 50, subindo na prancha
Já nos anos 50 a praia enchia nos fins de semana e um crowd razoável de bodysurfers se aglomerava nos quebra-cocos do Arpex. O estacionamento dos carros já era intenso. Em Ipanema havia muitos prédios e o bonde não era mais suficiente para o transporte da massa.

Surgia então a primeira geração do surf propriamente dita. Nomes como os de Paulo Preguiça, Luiz Bisão Vital, Irencyr Beltrão, Paulo Bibliano e o mito da época, Arduino Colassanti, entre outros, começaram a usar as primeiras pranchas de madeira, ainda sem quilhas, as chamadas portas de igreja.

Segundo Arduino, Luiz Vital era engenheiro e fez uma prancha experimental com rocker (envergadura no bico) para não embicar. A partir dessas experiências, Luiz fez mais seis pranchas maiores, que tinham uma ripa no fundo, do meio para trás, e atuava como quilha. Ele distribuiu essas seis pranchas entre a rapaziada que surfava melhor. Foi um presentaço!

Pode-se dizer que o suf no Rio começou com essas seis pranchas. Com elas, mais gente foi pegando onda em pé. Essa turma era formada por uns dez caras. Nesta época, Irencyr descolou um carpinteiro na Ilha do Governador que começou a fabricar pranchas de compensado naval. Arduino viu uns pranchões numa revista náutica americana que tinham quilhas verticais, mais próximas de hoje, que foram testadas e aprovadas. Nasciam as antológicas madeirites.

O nome deste fabricante passou a ser guardado em sigilo pela turma. Mesmo assim o segredo não durou muito. Um belo dia Arduino chegou na praia e contou 16 surfistas no pico. Ingenuamente achou que estava crowd demais. Imagine hoje, duzentos surfistas acotovelando-se e gritando no pico. Nem tubarão fica. Depois outro marceneiro começou a fabricar madeirites bem ali no Arpex.

1º campeonato de surf no Brasil
No início não era só surf. Havia toda uma relação com o mar: mergulho, caça submarina, saltar das pedras, frescobol e etc.
Um dia era para ter um campeonato de caça submarina, mas o mar amanheceu de ressaca. A turma resolveu aproveitar tanta onda e fez um campeonato de surf. Arduino foi o campeão. O prêmio foi um churrasco para todos na praia. Foi uma coisa entre amigos, mas pode-se dizer que ali estava o primeiro campeão de surf no país.

As primeiras pranchas de fibra de vidro e a visita de Peter Troy ao Brasil
A partir daí começaram a fazer pranchas de isopor com epox. Foi então que o lendário australiano Peter Troy passou pelo Rio, vindo do Peru pelo norte, passando pela floresta amazônica. Ele ficou muito doente por lá e ficou hospedado na casa de Irencyr. Quando ele foi ao Rio, riu muito quando viu nossas pranchas no Arpoador.

Era um dia de sudoeste. Peter pegou uma daquelas pranchas, foi ao Canto do Recreio e impressionou, andando muito bem. Emocionou a todos quando deu uma virada superradical e pendurou-se num belo hang-five. Ninguém havia visto aquilo antes.

Havia um garoto, estudante do colégio americano, que tinha uma prancha de verdade, de fibra de vidro e importada, levíssima. Esse garoto chamava-se Russell Coffin, que anos depois foi o introdutor da Clark Foam no Brasil. Bem, Russell emprestou sua prancha ao Peter Troy, que deu uma verdadeira demonstração no Arpoador.

Vale lembrar que Russell, além de responsável pelo início da Indústria do Surf é atualmente o autor de vários projetos de proteção ambiental como o Parque Marinho de Fernando de Noronha. Esse dia foi um marco na história. A partir daí começaram a surgir muitas pranchas importadas de fibra, possibilitando o surf em ondas pequenas também, pois não se caía em dias assim.
Além disso, essa geração passou a desbravar points nunca surfados como Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra, Recreio, Macumba, Guaratiba, Saquarema, Cabo Frio e Búzios.

Década de 60
A essa altura formou-se a segunda geração do surf, com nomes como os de Persegue, Rafael Gonzales (rato), o antológico pioneiro Pauletti, Ciro Barriga, Mario Bração, Piuí, Alemão, Andréas, Domeneque, Maurício Galinha, Pudica, Israel, Moysés, Tito Rosemberg, Geraldo, Carlos Eduardo (Pará), Marcelinho, Canário, Marcelo Caneca, Estrela, Adolfo Gentil, Russell Coffin, Penho, Maraca, Wanderbill, Fábio Keer, Paulinho Bianco, Zé Mudo, Mário Papinha, Betinho Lustosa (disparado o melhor surfista da época), Carlos Mudinho, Paulo e Mário Rebecchi, Alley do posto 5 e muitos outros.

Ao som dos Beatles, Beach Boys, Elvis e Chuck Berry, rolaram os primeiros campeonatos no Arpex. Persegue, Mudinho, Betinho Lustosa, Paulo Rebecchi, Marcelinho e Rafael Rato eram os grandes campeões. As meninas também participavam e as campeãs eram as pioneiras Fernanda e Maria Helena Guerra, Soledad e outras. Com a empolgação dos campeonatos já se falava em organização e oficialização do esporte, com a fundação de uma federação carioca, sob a iniciativa de Illen Keer. Infelizmente o projeto estacionou com a morte de seu criador.

O surf, contudo, teve seu primeiro reconhecimento oficial pelas autoridades com a doação de uma área exclusiva para a prática no Arpoador, concedida pelo então governador Negrão de Lima, anistiando a proibição imposta pela polícia, que frequentemente apreendia nossas pranchas. Surfar era proibido. Existem muitas histórias sobre perseguições, remadas heróicas para o alto-mar e fugas espetaculares das polícias militar e do exército.

Com o grito de guerra ôia para avisar a posse da onda, iniciou-se todo um movimento revolucionário de costume e comportamento no Arpoador. Longe da decadência atual, rolavam festas de arromba no Rio durante seu apogeu econômico. O estilo de vestir, dançar, criar novas gírias e questionar os valores eram ditados pelos surfistas. A turma mais avançada e descontraída era a do Arpoador.

Já havia muitas pranchas importadas, marcas clássicas como a Hobie, Gordon & Smith, Malibu, Bing, Surfboards Hawaii, Com, etc.

Ao contrário do que se pensa, os madeirites já tinham um outline razoável. Fazíamos manobras ousadas como viradas, cutbacks, batidas, hang-fives, hang-tens e stretches.

As meninas não resistiam aos ombros largos, cabelos longos, carros conversíveis e jeeps coloridos e cheios de pranchões tocando Beach Boys no rádio, bem ao estilo da Califórnia anos 60. O surf era moda.


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